segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O mundo me mostrou muitas coisas. Em determinados momentos dei muito valor a muitas delas. Tentei segurar algumas. De maneira forte e determinada procurei mantê-las mesmo quando de mim começavam a afastar-se. Custei a entender que, na verdade, nada que o mundo nos dá é permanente. De alguma maneira, ou as deixamos ou ela nos deixam. Sempre foi assim, é assim e sempre será assim. O mundo empresta com tempo determinado. Cabe ao tempo o trabalho de levar tudo o que nos foi emprestado. O que temos, ou que achamos que temos e o que somos, ou que achamos que somos. Tudo levado pelo tempo. É assim para quem centra sua consciência no mundo e busca valorizar o que do mundo recebe. Seja positivo ou negativo. Os empréstimos vencidos, e que precisam ser quitados, trazem, muitas vezes, muito sofrimento.

Existe algo real? Sim, existe. É só olhar a cruz. No seu braço horizontal, regido pelo tempo, estão os empréstimos. No braço vertical, eterno e imutável, está Deus. Ontem, hoje, amanhã e sempre. Uma realidade completa, verdadeira e sempre pronta a receber e abraçar, de forma incondicional, os que começarem a olhar para cima esquecidos do quero, do tenho e do sou. Os esquecidos do jogo cruel do tempo. São João nos diz que Deus é amor. Não nos diz que o amor está em Deus, mas que Deus é o próprio amor. O que vem de Deus não é empréstimo. É herança que não estará disponível depois. Está á nossa disposição agora. Vinde e vede, como dissemos em nosso artigo anterior. Só os jogos mentais dizem Vede e vinde. Os jogos mentais são do mundo. E, muitas vezes, nos atraem a contrairmos empréstimos com alto custo pessoal e com nenhum benefício. O mundo espiritual verdadeiro é mistério puro. Segredos são transmitidos, os mistérios nunca. É preciso acreditar que existe uma realidade única, pessoal e indivisível no braço vertical da cruz. É preciso Ir e ver. É a fé que nos fornece a coragem necessária para ir e ver.

Eu vim para que nada se perca, disse Jesus. E nada se perderá para os que se determinarem a viver segundo a vontade de Deus, esquecerem os empréstimos dados pelo tempo e compreenderem que caminhando em direção a Deus, mais se vê. E quando se começa a ver, e é logo ali, mais quer se ver. É o mistério da fronteira da fé. Enche de maravilhas a caminhada do caminhante que, quanto mais caminha, mais lhe é dado ver. É uma caminhada sem retorno depois que se descobre que todos os empréstimos somados do mundo carecem de valor mesmo no início da caminhada.

Vinde e vede.


Texto extraido de um site q perdi!!!

mas valeu a intenção

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Meus amigos são todos assim

Meus amigos são todos assim: Metade loucura, outra metade santidade.Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco.Louco que senta e espera a chegada da lua cheia. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelasinjustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.